World Languages, asked by CShanmukh1469, 1 year ago

O que chamou sua atebcao na li guagem utilizada por mia couto

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Answered by sara5050
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Couto, em seus textos de opinião, discute a identidade nacional africana, a pervivência de traços da memória telúrica, seu resgate através da ï¬cção e diferentes aspectos lingüísticos, trazendo à baila as tensões entre a língua portuguesa – língua do colonizador –, em que produz sua obra, e as muitas línguas locais; entre a oralidade das tribos da terra, representadas no falar das personagens ou na inserção de ditos supostamente populares, e a transposição desse falar para a língua literária, notadamente em sua escrita.PALAVRAS-CHAVEMia Couto; Literatura Moçambicana; Identidade Nacional; Artigos de Opinião; Narrativas de Ficção.ABSTRACTMia Couto’s opinion articles focus on the african national identity, the main-tenance of teluric memory traces, his attempt to bring back linguistic aspects in his ï¬ction and revealing the tensions between the portuguese (colonizers) language of his works and the many local languages, between the oral register of the african tribes, represented in his stories by the insertion of popular say-ings or by the character voices, and the transposition of these to the literary language he employs.KEY WORDSMia Couto; Mocambican literature; national identity; ï¬ction narrative; opinion articles.Mia Couto, em muitos de seus textos de opinião1, reunidos em Pensatempos – textos de opinião(Lisboa: Caminho, 2005) e em E se Obama fosse africano? e outrasinterinvenções(Lisboa: Caminho, 2009), 1Em 2010, Mia Couto publica um novo título reunindo outros de seus textos de opinião: Pen-sageiro frequente. Lisboa: Caminho, 2010. Ao ï¬nal da Nota Introdutória (p. 9-10), que ele mesmo as-sina, refere-se aos textos compilados no volume como sendo “contos e crónicas” (p. 10). Origi-nalmente, segundo in-formações que presta no início da referida Nota, “neste livro estão reu-nidos alguns dos textos que publiquei nessa re-vista, a Índico. São textos ligeiros, cujo destinatário não é exatamente um leitor ‘típico’, mas um passageiro [de avião] que pretende vencer o tempo e, tantas vezes, o medo”. (p. 9)

Questões de identidade em artigos de opinião do moçambicano Mia Couto90Nonada • 15 • 2010envereda por variadas questões da identidade nacional africana, pro-blematizando a condição do escritor moçambicano – ou luso-africano, de maneira geral – e de sua produção frente a autores e obras de outras nações, outras culturas. Entre suas reflexões acerca da identidade nacio-nal moçambicana, Mia Couto discute, ainda, a pervivência de traços da memória ancestral telúrica e seu resgate através da ï¬cção, bem como aborda diferentes fenômenos e aspectos linguísticos, trazendo à baila as tensões entre a língua portuguesa – língua do colonizador –, em produz sua obra, e as muitas línguas locais, e entre a oralidade própria das tribos da terra, representadas no falar das personagens ou na inserção de ditos supostamente populares, e a transposição desse falar para a língua literária, notadamente em sua escrita. A literatura produzida por Mia Couto faz emergir, no plano da ï¬ccionalidade, esse debate acalorado, bem recebido por uns, rechaçado por outros, mas que não se deixa passar desapercebido por ninguém. Partindo da premissa de que, em seus textos de opinião, o emissor do discurso seja explícita e assumidamente o próprio Mia Couto, ao falar do povo moçambicano, dissimulando um diálogo com o destinatário textual – o que pode ser entendido como uma auto-reflexão, espécie de pensamento “em voz alta” –, ele arrisca como pergunta, logo de início: “o que somos”, e propõe, imediata e seguidamente, por resposta: “[so-mos] um espelho à procura da sua imagem” (2005, p. 14). Assim, Mia Couto, escritor luso-africano, moçambicano declarado, torna pública suas inquietantes reflexões acerca das tentativas de fabricação da identidade nacional moçambicana – e, mesmo, africana, por extensão –, recorrendo a traços dispersos da memória autóctone.Avançando em sua análise crítica, diz ele:Se o passado nos chega deformado, o presente deságua em nossas vidas de forma incompleta. Alguns vivem isso como um drama. E partem em corrida nervosa à procura daquilo que chamam a nossa identidade. Grande parte das vezes essa identidade é uma casa mobilada por nós, mas a mobília e a própria casa foram construídas por

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